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Avivamento é Família

Por: Fabiano Krehnke | Fotografia: Harvest Photos



Reconciliação é uma palavra e uma realidade que permeia toda a história de Deus e do seu povo no decorrer das eras. Reconciliação entre Céus e Terra (Mt 22:37-39), entre Deus e o homem em Cristo (Ef 1:10; Cl 1:20), reconciliação do homem com seu próximo (Ef 2:14-15) e assim por diante, formando um novo padrão, um novo protótipo, uma nova humanidade.


O crescimento na vida de fé e a edificação da Igreja como família de Deus se dão pelo Espírito e têm como consequência o moldar das estruturas sociais e de relacionamento de acordo com os valores renovados que agora formam os novos seres humanos, nascidos de novo, que necessariamente manifestam e desenvolvem ao seu redor um ambiente novo.


Pensando naqueles que são casados, e agora nascidos de novo, o matrimônio é o primeiro contexto a sofrer intervenção, não sendo mais guiado pelos padrões do espírito desta era.

A família como um todo e a sociedade são os próximos espaços que agora devem ser moldados de acordo com o novo padrão, o novo protótipo, que serve de exemplo e inspiração para a criação de um novo mundo no qual Deus reina.


A carta aos Efésios, especialmente nos capítulos 5 e 6, nos ensina de forma muito prática sobre esse avivamento que a terra experimenta quando o matrimônio, a família, a sociedade e o mundo seguem o novo protótipo de Deus para os relacionamentos. O texto bíblico nos mostra a clara relação entre ser cheio do Espírito e a vida de sujeição mútua no casamento, criação e relação entre filhos e pais e convivência em um ambiente de trabalho.




É certo que ao sermos encontrados por Cristo não podemos afirmar que tudo o que fazemos ou pensamos agora é o automaticamente certo, como se o novo nascimento reiniciasse nossa vida e apagasse tudo o que aprendemos e praticamos até aquele momento. Na verdade, a partir de Cristo, temos problemas a resolver e situações a lidar que antes nem pensávamos existir, mas agora, não mais escravos do pecado, temos a possibilidade de viver de acordo com este novo modelo delineado pelas Escrituras.


Sempre devemos nos lembrar de que o cristianismo, o próprio Evangelho, alcança e toca todas as áreas do nosso ser — não há compartimentos. Vida conjugal, relação entre pais e filhos e ocupação profissional, quando vividos em sujeição mútua e submissão voluntária, são formas de experimentarmos o transbordar do Espírito em nós — um verdadeiro avivamento!


O apóstolo Paulo nos ensina que, em tudo, precisamos sujeitar-nos uns aos outros conforme Cristo, nada fora disso, nada além disso, sem partidarismos — todos sujeitos ao mesmo Senhor, em Cristo.

Qual é o conceito cristão de casamento? Qual o conceito geral deste século em relação ao matrimônio? No que eles diferem? Você já se fez estas perguntas? Será que a atração física e o desejo de ser feliz devem fazer-nos iniciar um relacionamento romântico? Será que devemos casar por uma simples legalização de um desejo carnal?


Paulo escreveu esta carta aos cristãos, eles precisavam e precisam saber destas verdades! Eles precisam viver seus relacionamentos e construir uma família como uma relação de submissão ao seu Senhor. Isso indica a motivação — quem está sujeito ao Senhor não terá dificuldade de se submeter ao próximo.


Homens precisam compreender o que é ser o cabeça de um lar, a responsabilidade de gerar vida. Mesmo que a mulher tenha mais talento ou capacidade, não deve agir antes do seu marido ou independente dele, retardando ou paralisando sua ação, de acordo com a metáfora do corpo e seus membros ensinada por Paulo.


A família é um time, tem um Líder Supremo, um capitão e uma equipe que o honra e segue, complementando-se mutuamente.

Pai, Filho e Espírito Santo mostram-nos essa atividade — um sujeita-se ao outro pelo cumprimento do propósito, da mesma forma, a esposa não é inferior ao seu marido, é diferente dele! Em tudo, esposas e maridos cristãos estão sujeitos a Cristo, conforme Cristo.


Amar é uma ordem, uma atitude, não apenas sentimento. A base desse amor é o casamento, não o noivado, não o namoro, sua plenitude está no casamento! É uma vivência de aprender a amar como Cristo. Ele nos ensina, pelo exemplo e por sua vida de entrega e sacrifício — uma entrega que traz sua esposa para si. Esse é o amor que nos liga ao Pai, é assim que se forma uma família.


Cristo não se entregou pelo mundo, mas por sua esposa, e somente por ela, para santificá-la, purificá-la e apresentá-la. Esta é a responsabilidade de um marido e pai na saúde espiritual de seu lar. O que Cristo fala (a palavra) torna sua esposa (a igreja) quem ela realmente é. Identidade cristã é formada no lar. O marido tem a tarefa de chamar sua esposas a ser quem ela na verdade já é em Cristo.





Paixão, amor e senso de pertencimento têm grande importância no lar. Cada um precisa encontrar o seu lugar, ser pleno no seu papel. O casamento e os filhos precisam nascer desse lugar, e não de uma pressão à solteirice. É necessária uma analise do próprio coração, pois casamento não é apenas um atividade cultural. É sim um grande mistério, tal qual Cristo e a Igreja — fato, porém mistério, um universo onde precisamos ir cada vez mais fundo.


Tudo o que a Igreja é, ela é em Cristo. Tudo o que a esposa é, ela é no seu marido. Tudo o que uma família é, ela é em Deus.

Família é uma relação de amor e respeito. Precisamos de homens de verdade, que amam suas mulheres, que purifiquem o coração da esposa pela palavra, como Cristo fez com a Igreja. É a partir desse padrão mínimo que deveríamos ter nossos líderes. Na política, por exemplo: como podemos eleger um homem que fracassou naquilo que lhe foi dado total capacidade para cumprir? O modelo de liderança eclesiástica ordenada pela Bíblia mostra que presbíteros e diáconos devem cumprir esses requerimentos.


Nada causa maior dano ao cristianismo do que um cristão que não é a mesma pessoa na igreja e no lar, na rua ou no escritório.

De acordo com 1 Pedro 3:7, é imprescindível que as disciplinas espirituais sejam acompanhadas por um tipo de comportamento tão espiritual quanto elas: "Exatamente, da mesma maneira, vós maridos, vivei com vossas esposas a vida cotidiana do lar, com sabedoria, proporcionando honra à mulher como parte mais frágil e co-herdeira do dom da graça da vida, de forma que não sejam interrompidas as vossas orações".





Vivemos em um geração marcada pelo hedonismo, uma busca desenfreada pelo prazer próprio, não importa quantas e quais alianças sejam quebradas ou todos os órfãos que nasçam deste novo padrão de família que o secularismo produz. Assim outro tipo de gente é formado. A desintegração total dos papéis gera uma família sem a natureza de Jesus e toda uma sociedade caótica e desordenada.


Mas este caos é uma oportunidade, talvez a maior oportunidade da história, de mostrar o plano completo do Pai, a família que ele quer constituir, através do modelo bíblico de matrimônio, família e sociedade.

Não se trata da sua ou da minha opinião em relação ao assunto, é como as Escrituras nos conduzem neste universo. Não seremos convencidos e nem vamos convencer ninguém que não esteja primeiro sujeito a Cristo.


O único jeito de mudar nossa nação e trazer esperança para o mundo é a constituição de famílias em que o marido ama a sua esposa como Cristo amou a Igreja!


A solução é um novo tipo de família. Ser uma família nos padrões de Cristo e da Igreja requer esforço, e é isso que trará luz para uma nova sociedade.


 

Fabiano Krehnke é fundador e editor-chefe da Revista CULTIVAR & GUARDAR, juntamente com sua esposa Jaqueline. É bacharel em Teologia, fotógrafo, músico e pastor na Família dos que Creem, em Curitiba - PR.


 


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