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Modéstia x Elegância

Texto por: Liliane Lau | Fotografia: Lizzy Honey


Que do mesmo modo as mulheres se ataviem em traje honesto, com pudor e modéstia, não com tranças, ou com ouro, ou pérolas, ou vestidos preciosos.” (1 Timóteo 2:9)


O que essa modéstia citada em 1ª Timóteo 2:9 tem a ver com elegância? E o que de fato significa elegância?


A palavra usada na carta de Paulo a Timóteo, vem do grego aidos, que além de honra e reverência, também quer dizer “consideração para com os outros”.


Quantas vezes ouvimos que vestir-se com modéstia era sobre não se importar com a própria aparência ou usar peças baratas (conceito muito relativo) para “parecer” uma pessoa humilde?


O apóstolo, ao meu ver, dá à vestimenta a importância que nós também deveríamos dar: o que vestimos não importa mais do que as nossas obras ou quem somos. O que vestimos deve acompanhar e servir a estas prioridades, afinal precisamos nos vestir.


Talvez, enquanto nos preocupamos em vestir uma roupa qualquer ou o que demonstra nossa falta de apreço pela própria imagem, até estejamos colocando essa importância no lugar errado ou comunicando ao nosso respeito uma mensagem que foge de valores divinos como ordem e beleza.


Em um outro texto bíblico que trata do vestir feminino, Pedro usa Sara como exemplo:


O enfeite delas não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; Mas o homem encoberto no coração; no incorruptível traje de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus. Porque assim se adornavam também antigamente as santas mulheres que esperavam em Deus, e estavam sujeitas aos seus próprios maridos, como Sara obedecia a Abraão, chamando-lhe senhor…” (1 Pedro 3:3-6).


Entre tantas mulheres piedosas relatadas na palavra de Deus, Pedro fala de uma específica, dona de vasta riqueza e de uma beleza que deu o que falar no Egito.


Não há um só relato que aponte que Sara tentava se diminuir, enfeiar ou disfarçar quem era. Mas “apesar” de quem era e de tudo o que possuía, a esposa de Abraão tinha humildade, moderação e capacidade de ser submissa.

E isso é o que deveria ser seguido. A roupa modesta é aquela que coloca os outros em consideração.


A condição de não ostentar ou se apresentar como superior, de não se destacar tanto a ponto de desconectar de todos. Pelo contrário, modéstia fala de adequação, de uma sensação de respeito, conexão, gentileza gerada pela própria imagem e autocuidado. E o que é elegância, se não isso?


Concorda que elegante é a pessoa que demonstra gentileza, bom senso, moderação, que dá vontade de estar perto, de observar?


Tudo o que é reconhecível e aceitável por todos, que passa um senso de ordem e harmonia, que tem uma beleza simples e natural, que inspira sem precisar chamar a atenção. Isso é elegante. Isso é modesto.

Longe de se autodepreciar, se esconder ou se eximir da própria identidade e história. Longe de se vangloriar ou fazer escolhas de maneira egocêntrica e autocentrada. A modéstia é o que poderíamos chamar de elegância bíblica.


Se a moda tem a capacidade de nos diferenciar e ao mesmo tempo nos identificar e classificar em tribos, a modéstia bíblica é o perfeito equilíbrio dessa tensão.


Onde o EU não tem peso maior do que o NÓS. E onde o coletivo não é mais influente do que o que está em mim.


 

Liliane Lau é consultora de imagem. Casada com Tiago Silva, é mãe do Vicente e da Malu. Faz parte da Família dos que Creem em Curitiba, PR.



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