Texto por: Paulo Oliveira | Foto: Rad Pozniakov
Recentemente, eu tive um conflito de ideias que me fez refletir sobre uma relação polêmica: o cristão e a política. Entre tantas vertentes de possíveis discussões, há uma em específico que me deixou intrigado, que é justamente a origem das decisões políticas (tanto dos eleitores, quanto dos eleitos), que, por inúmeras vezes, demonstram um comportamento completamente contrário às Escrituras.
Quando pensamos sobre isso, diversas imagens vêm à cabeça, desde as estapafúrdias leis abortistas até a perseguição tirana contra os cristãos. É fato que tudo isso é esperado pelos filhos de Deus (1Pe 4:12-16), entretanto, toda essa sujeira e injustiça desperta uma multitude de movimentos `provenientes da indignação, como aqueles de total ignorância política; os que a tratam como última esperança da humanidade; ou até mesmo os que são levados pelo mundo e se rendem às imundas regras humanas.
Deixando claro, não estou aqui para descreditar a política, muito menos aqueles que a enxergam como algo importante. A bem da verdade, minha proposta é um ajuste de foco para a seguinte questão: o que veio primeiro, a política ou o pecado? Sei que parece alarmante colocar as duas coisas lado a lado, mas a comparação traz consigo a resposta para adentrarmos o buraco de onde os mais detestáveis decretos saem, e nela está implícita a solução para isso.
Dito isso, qual seria a origem dos problemas políticos? O pecado que transborda do egoísta, enganoso e idólatra coração humano. Sempre foi e sempre será. E qual é a resposta? Jesus Cristo e Seu Evangelho.
Neste momento, deve haver alguém se questionando: "Quer dizer que não devemos pensar sobre política ou votar?". Calma, não é isto que estou falando. Não há problema algum com aqueles que se interessam por política, seja estudando ou ensinando, muito menos estou encorajando o descumprimento das ordens bíblicas de orarmos pelas autoridades (1Tm 2:1-2) e de nos submetermos a elas (Rm 13:1-2). Não estou promovendo um embate entre Cristo e a política.
O maior combate político é aquele que primordialmente se preocupa em ensinar a Palavra de Deus e um relacionamento com Jesus por meio de palavras e ações, transformando constantemente aqueles ao nosso alcance pelo manejar do Senhor, deixando-os cada vez mais capacitados para enxergar o mundo com as lentes do Reino. E, assim, eles saberão tomar as decisões corretas quanto à política, não confiando em seu próprio esforço (ou no esforço dos políticos), mas tendo o caráter forjado por Deus aos moldes de Cristo.
Não ignore a política, como se ela não afetasse a sua vida (ou a vida do próximo). Defenda os valores bíblicos até a morte, seja qual for o lugar em que o Senhor te colocar.
Mas tome cuidado para não depositar as suas esperanças no lugar errado, agindo como o mundo ao participar de brigas e confusões em prol de uma enganosa utopia onde os nossos princípios não são constantemente massacrados de forma cada vez mais brutal, porque este é o mundo em que vivemos e ele jaz no maligno (1Jo 5:19).
Não se surpreenda, ore. Não se espante, leia a Bíblia. Se aprofunde em Cristo e inspire outros a fazerem o mesmo... só com alicerces nEle desfrutaremos da tão esperada realidade sem dores, a nossa verdadeira casa, nosso verdadeiro e eterno governo, o Reino de Deus.
Paulo Oliveira é estudante de Produção Audiovisual e atualmente trabalha em um site jornalístico. Serve na igreja Onda Dura em São Caetano do Sul - SP.
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